A que geração pertence o Nintendo Switch 2? Essa era uma das perguntas sem resposta sobre o novo console da Nintendo. Desde que a empresa abandonou a corrida por potência após o fracasso do GameCube, ela seguiu seu próprio caminho e, embora tecnicamente este seja o primeiro console da décima geração, também faz sentido incluí-lo na nona geração (PS5, Xbox Series X e Series S).
Talvez essa questão de gerações tenha perdido o sentido com a existência de consoles “Pro”, mas ainda ajuda a ter uma ideia de quais são os equivalentes, pelo menos em termos de potência, que cada máquina tem. Responder isso no caso do Switch 2 é ainda mais complicado porque quase não sabemos nada sobre seu processador.
Mas agora que a gente já tem o console em mãos, dá para ter uma ideia melhor de onde o Nintendo Switch 2 se posiciona em relação aos seus rivais. E o jogo que mais expõe a potência do novo Switch é o Cyberpunk 2077.
“O chip do Switch 2 não se parece com nada que já tenhamos criado antes”
Desde o anúncio do console em 2 de abril, junto com uma série de jogos, incluindo versões de outros consoles como Final Fantasy VII Intergrade, Yakuza 0, Hitman, uma versão melhorada de Hogwarts Legacy, Street Fighter 6 e o já citado Cyberpunk 2077, começaram as especulações sobre a potência da máquina.
Após várias comparações, especulou-se a possibilidade de que o Switch 2 seja como um PS4 Pro. Isso, embora possa parecer pouco, é considerável porque estamos falando de uma máquina com consumo baixíssimo, compatível com tecnologias de última geração (como VRR, por exemplo) e que pode funcionar sem estar conectada à tomada.
Baseando-se nas características filtradas e especuladas do chip Nvidia que equipa o console, um GMLX30-A1 fabricado pela Samsung, um usuário do Reddit criou uma thread muito interessante detalhando a potência estimada da máquina e comparando-a a outros consoles. Embora os GFLOPS sejam muito similares aos do PS4 Pro, a largura de banda é consideravelmente menor do que a do console da Sony.
Isso levou os usuários a pensar que talvez o Switch 2 não fosse tão potente. Mas, mesmo sem dados concretos sobre as frequências do processador, é preciso confiar nos testes desses primeiros jogos e no que Jensen Huang, CEO da Nvidia, comentou recentemente.
A Nintendo tem divulgado vídeos nas últimas semanas em que desenvolvedores e membros envolvidos no sistema compartilham suas impressões sobre o Nintendo Switch 2. Todas as declarações são bastante vagas, sem muitos dados concretos, e a de Huang não é diferente. No entanto, ele deixa algumas informações importantes.
Além da afirmação de que “o chip do Nintendo Switch 2 não se parece com nada que já tenhamos feito antes”, o interessante é que ele confirma que o console pode lidar com ray tracing por hardware e que o SoC possui processadores de IA “dedicados a melhorar a nitidez em tempo real”.
Ou seja, mesmo que essa geração do SoC não seja a mais avançada, a Nvidia introduziu no chip personalizado os processos necessários para escalar a imagem a partir de uma resolução nativa mais baixa (como faz o DLSS) e os processadores para ray tracing por hardware.
Cyberpunk 2077, o expoente do Switch 2
Ok, isso vem do CEO da empresa que criou o SoC do Switch 2, e sabemos que sempre há declarações exageradas e marketing nessas situações, mas… o que dizem os jogos? No vídeo que colocamos no início deste texto, você pode ver os primeiros minutos de Cyberpunk 2077 rodando no modo “Qualidade”, quando o console está conectado ao dock.
As impressões são muito boas e percebe-se que a CD Projekt Red, o estúdio responsável pelo jogo, fez um ótimo trabalho nessas últimas semanas. Por quê? Porque, na demo, o desempenho no modo desktop era bastante fraco, com quedas constantes na taxa de quadros por segundo. Na versão final, está muito mais estável e, acima de tudo, a imagem fica ótima tanto na TV quanto, especialmente, na tela do próprio console.
É justamente aí que o Switch 2 mais brilha, devido à grande diferença entre esta versão do Switch 2 e, por exemplo, a de um sistema semelhante: o Steam Deck, que também utiliza tecnologias de escalonamento de imagem, mas com um resultado geral mais borrado. Uma boa forma de realmente entender onde o Nintendo Switch 2 se posiciona em relação aos seus concorrentes é este vídeo do canal El Analista de Bits:
Nesse vídeo, ele compara o Nintendo Switch 2 ao PS4 Pro e ao console mais fraco desta geração, o Xbox Series S. A comparação é feita nos modos “Desempenho” e “Qualidade” em todas as plataformas e as conclusões são muito interessantes.
Primeiro, a resolução. Graças ao DLSS, o Switch 2 alcança 1080p tanto no modo dock quanto no portátil em modo “Qualidade”, reescalando a partir de diferentes resoluções base e a 30 fps. No modo “Desempenho”, no dock ele mantém os 1080p, mas, na tela do console, a resolução cai para 720p. A taxa de quadros nesse modo sobe para 40 fps, mas não é totalmente estável. Já nos consoles, esse modo chega a 60 fps.
O usuário afirma que, graças ao DLSS, o Switch 2 mantém uma qualidade de imagem comparável às versões do PS4 Pro e Xbox Series S, com texturas melhores e efeitos como oclusão ambiental superiores na console da Nintendo em relação a esses dois concorrentes.
Também há uma comparação com o PS5, em que o híbrido da Nintendo se sai bem, embora haja diferenças notáveis na qualidade de alguns parâmetros e, principalmente, na resolução mais alta do console da Sony. O resumo é que esta é uma versão muito sólida, algo que também se percebe em outros jogos lançados para o console, como os mencionados Yakuza 0 e Street Fighter 6, ambos um ponto intermediário entre PS4 e PS5 e superiores ao que se vê no Xbox Series S.
Dito tudo isso, é possível concluir que o Nintendo Switch 2 será um prato cheio para as desenvolvedoras third party, incluindo Sony e Microsoft. Ambas já lançam jogos para PC e, se o console híbrido vender tão bem quanto o primeiro, não hesitarão em lançar versões que aproveitem esse escalonamento por técnicas como DLSS para tirar proveito da popularidade da máquina.
No caso da Microsoft, isso é ainda mais claro: se ela ainda lança versões para o Xbox Series S e seus jogos são compatíveis com o Steam Deck, não há razão para que não cheguem ao Switch 2 — pelo menos no quesito potência.
Imagens | Xataka
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka México.
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